Taiasmin Ohnmacht
eu vou direto ao ponto
que me cala a boca
minhas incertezas
vais ter que suportar
meus equívocos
não os usará mais
para me calar
vou direto ao ponto
e o virgulo
***
...por decisão dele, pedra ficou sendo pedra, raiva ficou sendo raiva, lua ficou sendo lua e assim por diante. (Gosto de África - Joel Rufino dos Santos).
Taiasmin Ohnmacht
eu vou direto ao ponto
que me cala a boca
minhas incertezas
vais ter que suportar
meus equívocos
não os usará mais
para me calar
vou direto ao ponto
e o virgulo
***
Pai Francisco entrou na roda
Tocando seu violão
Tá-ram-ram-tam-tão
E vem de lá seu delegado
Pai Francisco foi pra prisão
Como ele vem
Todo requebrado
Parece um boneco
Desengonçado
Por que Pai Francisco foi preso? Por ser um líder espiritual de uma religião de matriz africana ou por tocar violão?
Talvez pelos 2 motivos.
No início do século 20 tanto o samba quanto o violão nas mãos de negros eram considerados sinal de vadiagem, e davam cadeia.
Mas não bastou prender, foi preciso torturar. Tortura policial, violência de Estado cantada na voz de gerações de lindas criancinhas.
Tudo natural e corriqueiro como é pra quem hoje ainda não se choca com as chacinas nas favelas e comunidades do país. Brasil, meu brasileiro. O que vem depois? Desafio vocês a procurarem o significado de inzoneiro.
Mas tudo isso porque acordei com as sevícias impostas ao Pai Francisco tocando na minha cabeça. Não sei por qual motivo. Essa canção constava no meu livro de música na época do colégio, depois a reencontrei quando minha filha se tornou fã da galinha pitadinha e, sim, ela foi uma das lindas criancinhas ensinadas desde de cedo a nossa brasilidade instituída.
Mas faz anos que não escuto a música, por que agora?
Talvez porque ontem fui ao protesto contra a chacina no Jacarezinho, e fiquei um pouco preocupada que houvesse alguma repressão policial, li que no dia anterior estudantes foram presos por protestarem contra o ministro da educação, e vou percebendo os riscos que corremos, cada vez mais.
Ontem me entregaram um panfleto: "A polícia e os governos não nos protegem!"
Pai Francisco nos ensina isso, desde criancinhas.